Karin Hils é guiada por sua mente inquieta: 'Sinto que tenho muito a oferecer' 7381t
Em entrevista à Revista CARAS, Karin Hils celebra as duas décadas dedicadas à arte e revela seus próximos sonhos na carreira 5h3d9
Com muita intensidade e versatilidade, Karin Hils (46) vem escrevendo sua história na arte. Atriz e cantora, atualmente, ela brilha no palco do Teatro Renault, em São Paulo, no aclamado musical Wicked, produção que marca seu retorno a uma peça musical da Broadway após 15 anos. 3em3j
"Fiquei muito feliz quando recebi o convite. A essa altura do campeonato, eu confesso que não sabia do que se tratava exatamente a peça. Mas, hoje, depois de mais de 60 sessões, eu continuo descobrindo coisas no palco. É uma obra encantadora", conta a atriz.
O espetáculo, um dos clássicos da Broadway, ganhou ainda mais popularidade após a adaptação para o cinema, lançada no ano ado, e vem quebrando tabus acerca do teatro musical. "O teatro ainda enfrenta preconceitos, não no sentido pejorativo da palavra, mas no julgamento de que é algo caro, segmentado, distante. Iniciativas como a das sessões gratuitas às quintas, voltadas a ONGs, mudam isso. É lindo ver crianças pisando num teatro pela primeira vez, reagindo com uma pureza única", entrega.
Intérprete de Madame Morrible, uma antagonista complexa, Karin garante que, apesar dos desafios, se entregou de corpo e alma ao papel. "Quando assisti ao filme, pensei: 'Quero fazer algo diferente'. E, ainda bem, tive espaço para dar essa minha própria leitura. Acho que trouxe o que eu tenho de mais forte: intensidade e doçura ao mesmo tempo. É excitante brincar com esse jogo", avalia a atriz.
Somando mais de 20 anos de carreira, ela relembra seus recomeços, mas confessa que raramente se dá conta da força de sua própria trajetória. Reconhecida por onde a, seja pela origem no grupo Rouge, ou pelos papéis em novelas como Aquele Beijo, exibida pela Globo em 2011, e Carinha de Anjo, que estreou no SBT em 2016, Karin está sempre pronta para novos desafios.
"Será que é sorte? Porque, de alguma forma, eu sempre estive presente em produções com grande apelo popular. Não é fácil manter tudo isso", relembra ela. Embora esteja com uma rotina intensa no teatro, a atriz ainda mantém o desejo de voltar à televisão — especialmente às novelas.
"Quero muito fazer uma novela na Globo novamente. É um ambiente que me desafiou e me fez crescer como atriz. Eu gosto da dinâmica, do ritmo, e sinto que tenho muito a oferecer ainda nesse formato. Estou pronta para um novo papel, para contar novas histórias", afirma. O último projeto de Karin na emissora foi a série Sexo e as Negas, de 2014.
Com um dia a dia corrido — são sete sessões de teatro por semana, de quarta a domingo, além de projetos paralelos em televisão e redes sociais —, sobra pouco tempo para o descanso. Mas, para Karin, isso não é um problema. "Segunda e terça eu não estou no teatro, mas também trabalho, crio conteúdo, penso em novos projetos. Quando não estou trabalhando, eu estou pensando em trabalho. Minha mente é inquieta", diz, aos risos.
É por meio dessa inquietude, aliás, que Karin tem desejado coisas diferentes para si, como, por exemplo, uma posição fora do palco. "Quero dirigir. Quero estar do lado de fora do palco. Ainda não aconteceu, mas vai acontecer, eu acredito. E sinceramente? Eu seria uma boa diretora. Eu sou boa no que faço. Acho que a gente tem que assumir o que é", afirma.
E com a mesma firmeza que reconhece seu talento, ela ite ser extremamente crítica consigo mesma: evita assistir aos próprios trabalhos e ainda sente que não chegou aonde gostaria. No entanto, a atriz reconhece sua evolução. "Acho que estou melhor, sim. Foram anos de aprendizado. Hoje eu tenho mais confiança. Mas eu não fico revendo o ado. Eu até bato o olho em alguma coisa ou outra, mas não com frequência", revela.
Enquanto corre atrás de explorar outras vertentes na dramaturgia, Karin mantém a música em segundo plano, embora não pretenda deixá-la para trás. Seu último single foi lançado em 2021. "Eu me desencontrei um pouco da música. Sou muito eclética e isso me confunde profissionalmente. Acho que vou precisar parar tudo e focar só nisso para entender qual caminho seguir artisticamente nessa área", explica.
Pioneira como a primeira protagonista negra em um musical da Broadway no Brasil, no espetáculo Mudança de Hábito, de 2015, Karin evita esse grande marco, embora saiba de sua importância e representatividade para as atrizes da nova geração. "Confesso que eu não penso muito nisso, nesse lugar de representatividade ou nos louros por ser negra. Eu só me coloco disponível para a arte", diz ela.
Aos 45 anos, Karin abraça a maturidade com carinho e aceitação. "A idade me trouxe a paz de saber quem eu sou. O tempo me ajudou a entender que não preciso provar nada para ninguém. Eu me tornei mais generosa comigo mesma, embora ainda seja uma pessoa muito crítica", avalia ela, que mantém uma beleza única.
"Quando me olho no espelho, ao mesmo tempo que me assusto, tenho curiosidade em saber como é que eu vou estar no futuro. Isso é, claro, se eu estiver viva", dispara, aos risos. "A verdade é que se eu já tive crise por conta da minha idade, eu a esqueci. O tempo a muito rápido. O que eu percebo é que, hoje, eu tenho a necessidade de me preparar mais fisicamente para os meus 50 anos. Preciso fazer exercícios e cuidar do meu corpo, até porque a demanda de trabalho, principalmente no teatro musical, é grande", reflete.
"Eu sei que não preciso ser uma atleta, mas, por exemplo, hoje em dia eu sofro para carregar aquelas
roupas pesadas da Madame Morrible", emenda, aos risos. Solteira, Karin segue com a segurança de quem aprendeu a apreciar a própria companhia.
"Eu gosto muito de ficar sozinha. Eu aprendi a conviver com minha própria companhia e isso é maravilhoso. Não vou mentir que às vezes sinto falta de um abraço", conta ela, que vê em sua sobrinha de 4 anos um pouco desse afeto. "Ela sana um pouco dessa ausência de troca, de um amor gratuito", explica a atriz, que também nunca pensou em ter filhos.
"Eu me lembro que comecei a refletir sobre isso há um tempo, quando morava em uma rua que tinha várias concessionárias e uma loja de bebê. Eu me via muito mais olhando os carros do que os órios de bebê. Embora minha família me cobrasse, eu já dava sinais. Nunca quis ter filhos", afirma.
"Oportunidade para casar e engravidar tive várias, mas aí eu olhava para o possível pai e pensava: 'Não quero esse pai para meu filho'. E também não quero criar sozinha. Então não, não penso mais nisso. Estou ótima assim", conclui a atriz.
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