Script = https://s1.trrsf.com/update-1749588312/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política 2l5l

Ataque às urnas, pedido de desculpas e brincadeira com Moraes: veja como foi o depoimento de Bolsonaro 6hp4n

O ex-presidente foi ouvido no STF nesta terça-feira, 10, em ação que apura planejamento de golpe de Estado 37u4o

10 jun 2025 - 18h28
(atualizado às 21h12)
Compartilhar
Exibir comentários
Bolsonaro depõe no STF sobre trama golpista
Bolsonaro depõe no STF sobre trama golpista
Foto: Ton Molina/STF

Figura central na ação que apura o planejamento de um golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) depôs no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 10. De frente para Alexandre de Moraes, relator do caso, o ex-presidente não apresentou provas que respaldem seus críticas às urnas eletrônicas, pediu desculpas por ataques a ministros do Supremo e buscou distanciar sua imagem daqueles que pedem por intervenção militar – que seriam “malucos”, como pontuou. 565x19

Segurando um exemplar da Constituição Federal, sem se exaltar e com a garganta seca ao falar, o ex-presidente foi o sexto réu a falar no interrogatório. Na semana ada, durante evento do Partido Liberal, ele havia dito que não iria “lacrar” nem “desafiar quem quer que seja”. E, de fato, manteve essa postura.

Os depoimentos dos réus do “primeiro núcleo” da trama golpista começaram na segunda-feira, com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.

Já nesta terça, o primeiro interrogado do dia foi Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, seguido de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, além de Bolsonaro.

Confira pontos de destaque do depoimento de Bolsonaro:

Fraudes nas eleições 6u623x

Ao ser questionado por Moraes sobre quais seriam os fundamentos de Bolsonaro para alegar que ocorreram fraudes nas eleições e nas urnas eletrônicas, o ex-presidente não apresentou provas concretas – mas buscou, dando voltas no assunto, se justificar.

Bolsonaro alegou que a desconfiança que tem com relação à pauta não é exclusividade dele, e afirmou que faz críticas ao sistema há 28 anos.

"Eu fiquei 2 anos como vereador e 28 como parlamentar. A minha retórica sempre foi parecida. A questão da desconfiança, suspeição ou crítica às urnas não é algo privativo meu. Flávio Dino, em 2012, quando ele perdeu a eleição [para governador], disse: 'hoje eu tive a oportunidade de ser vítima de um processo que precisa ser aprimorado, ser auditado, que é o sistema das urnas eletrônicas'”, cita Bolsonaro.

Como argumento de possíveis dúvidas em torno da segurança das urnas eletrônicas e da legitimidade das eleições, Bolsonaro leu frases referenciadas à Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), que afirmariam que "todo sistema eletrônico/computacional possui vulnerabilidade". 

Bolsonaro afirma que Dino desconfiava das urnas e defende 'retórica' sobre fraude eleitoral:

A associação, porém, já se posicionou sobre a questão. Em nota de esclarecimento publicada em 2021, por exemplo, explicou que "peritos criminais federais, assim como diversos outros especialistas de instituições renomadas, têm participado de testes públicos de segurança promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abertos a qualquer cidadão, cujos objetivos são buscar o contínuo aperfeiçoamento das urnas eletrônicas".

Segundo a APCF, "a identificação de falhas e vulnerabilidades não permite afirmar que houve, há ou haverá fraudes nas eleições". Isso porque, no caso, o intuito é apontar "ajustes e aperfeiçoamentos necessários para a continuidade do curso normal das eleições"

"Até o momento, não foi apresentada qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras", destacou a associação, que se apresentou como uma defensora do uso da urna eletrônica.

Pediu desculpas a Moraes 47626k

Bolsonaro pede desculpas a Moraes e diz que não tinha indícios de corrupção de ministros do TSE:

Muitas das questões trazidas no interrogatório tiveram como base falas de Jair Bolsonaro em reunião ministerial ocorrida em 5 de janeiro de 2022 – cujo conteúdo foi gravado e divulgado sem a autorização do ex-presidente. Nesse encontro fechado, em um dos momentos, Bolsonaro insinuou que ministros do STF estariam recebendo milhões de dólares para fraudar as eleições. 

Na reunião em questão, Bolsonaro disse: “Pessoal, perder uma eleição não tem problema nenhum. Nós não podemos é perder a democracia em uma eleição fraudada. Olha o Fachin, o cara não tem limite. E não vou falar que o Fachin tá levando US$ 30 milhões (cerca de R$ 167,20 mi). Não vou falar isso aí. O que o Barroso tá levando? 30 milhões de dólares. Não vou falar isso aí. Que o Alexandre de Moraes está levando US$ 50 milhões (R$ 278,66 mi). Não vou falar isso aí. Não vou levar pra esse lado. Não tenho prova, pô. Mas há algo esquisito está acontecendo”.

Após reler as falas, Moraes questionou: "Quais eram os indícios que o senhor tinha de que estávamos levando 30 milhões, US$ 50 milhões">‘Entubar o resultado das eleições’

Bolsonaro fala em sentimento de ‘vazio’ após perder as eleições de 2022:

Com a Constituição Federal em cima de sua mesa, Jair Bolsonaro reforçou diversas vezes ter seguido ‘dentro das quatro linhas’. “Muitas vezes me revoltava, falando palavrão. Falava o que não devia falar. Sei disso. Mas, no meu entender, fiz aquilo que tinha de ser feito”, disse, em um dos momentos. 

Mantendo esse tom, Bolsonaro minimizou a reunião com ministros para discutir a suposta minuta de golpe. “Não existia essa vontade. O sentimento de todo mundo era de que não tínhamos mais nada o que fazer. Se tivesse que ser feito alguma coisa seria lá atrás, via Congresso Nacional. Não foi feito, então, tínhamos de entubar o resultado das eleições”, declarou.

Já sobre o fato dele não ter ado a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como é de praxe em mudanças de governos, o motivo foi pautado em vergonha. “Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil, o senhor há de concordar comigo”, afirmou.

‘Malucos’ 6j6c2v

Bolsonaro confirma que não tomou medidas para desmobilizar acampamentos que pediam intervenção militar após eleições:

"Malucos". Foi assim que Jair Bolsonaro chamou os apoiadores do AI-5 e de uma possível intervenção militar durante seu depoimento, distanciando sua imagem da que representa parte de seu eleitorado.

"Eu não torci pelo pior. Se eu tivesse torcido pelo pior, eu não teria desmobilizado os caminhoneiros lá atrás. E talvez, pela minha figura, o pessoal não tenha feito absurdos. Mas tem sempre os malucos ali que ficam com aquela ideia de AI5, intervenção militar[…] Que as Forças Armadas, os chefes militares, jamais iam embarcar nessa porque o pessoal tava pedindo ali. Até porque não cabia isso aí. E nós tocamos o barco”, alegou Bolsonaro.

O ex-presidente também afirmou não ter convocado ninguém para fazer "nada ilegal ou legal" e disse que a transição de governo se deu de forma tranquila. "Não tem nada meu estimulando aquela baderna, que nós repudiamos. Nós nunca fizemos isso ao longo dos nossos quatro anos de governo", complementou Bolsonaro, em alusão ao 8 de janeiro.

‘Convidou’ Moraes  4v324v

Bolsonaro ‘convida’ Moraes para ser seu vice em 2026, e Moraes diz que ‘declina’:

Em momento de descontração durante o interrogatório, Bolsonaro, que está inelegível, perguntou se o ministro Alexandre de Moraes gostaria de ser seu candidato a vice em 2026. 

“Eu vou para o Nordeste semana que vem. Se o senhor me permitir, logicamente, posso mandar as imagens para o senhor de como o povo trata a gente na rua”, disse o ex-presidente. “Eu declino”, respondeu Moraes.

"Posso fazer uma brincadeira?", pergunta Bolsonaro, em seguida. "O senhor que sabe. Eu perguntaria a seus advogados", responde Moraes, dando uma risada. Sem consultar os advogados, o ex-presidente lançou: "Gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 26 (risos)". Moraes não aceita: "Eu declino novamente".

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade